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Pensar sobre o sofrimento psíquico dos vínculos hoje

Chamo de vinculo instituído um vinculo que se determina por efeito de uma dupla união. A primeira determinação é a do desejo de construir seu vinculo numa certa estabilidade. A realização deste projeto supõe certo numero de formações intersubjetivas, tais como: alianças entre formações psíquicas que encontraram, em cada sujeito, uma correspondência no outro, de modo que estas  alianças resultam suficientemente investimento e proteção tanto por um como para o outro. A segunda determinação é a das formas sociais que de diversas maneiras (jurídica, religiosa, cultural, econômica, social) reconhecem e sustentam a instituição deste vinculo. Nesta dupla determinação se impõem três elementos do vinculo instituído: a aliança, a comunidade de realização de metas e a obrigação. Os casais, as famílias e as instituições são configurações de vínculos instituídos.

O encontro do sofrimento e de suas formas psicopatológicas nos vínculos entre duas ou mais pessoas não é um fato de hoje. A literatura, particularmente a novela, o teatro, o cinema já veem mostrando faz muito tempo, com estudos e profundidade, a experiência e o saber sobre o sofrimento inerente ao vinculo: sofrimento do amor, da paixão, da rivalidade, dos ciúmes, do inverso do ódio, etc.

O sofrimento é a experiência de desprazer intenso inerente à vida mesma. É um fenômeno estrutural de nossa vida psíquica, conflitivo, dividida, insatisfeita. O sofrimento patológico se produz por seus efeitos de desorganização e destruição profundas das funções psíquicas: pensamento, imaginação, percepção e outros. O sofrimento é produzido quando começam os nossos fracassos, que ameaçam a integridade do nosso eu. O sofrimento patológico é um impedimento permanente para amar, trabalhar, e associa sempre na impossibilidade de estabelecer um vinculo de amor satisfatório, quer dizer, criador de vida, consigo mesmo e com os outros.

Na atualidade muitos vínculos são frágeis que, frente a frustração do não encontro daquilo que desejo, emerge o sofrimento. A desilusão leva facilmente ao rompimento do vinculo. Por outro lado, também existem aquelas pessoas que tem recursos e estrutura psíquica integra interna para lidar com os sofrimentos e experimentar o desconhecido, a possibilidade de um novo vinculo nasce de um entre nós. No momento em que o amor se manifesta, o prazer é inerente ao encontro, surge uma esperança e a pessoa livra-se do sofrimento.